O que é hipersexualidade?

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Tópico: hipersexualidade

Às vezes, a busca pelo prazer passa dos limites e leva a uma compulsão sexual. 

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Essa é a hipersexualidade, nome dado a um transtorno obsessivo por sexo. 

Embora nem sempre seja reconhecido como um diagnóstico legítimo, o apetite sexual excessivo tem consequências reais, impactando negativamente em relacionamentos, na qualidade de vida e no bem-estar.

Saiba tudo sobre a hipersexualidade no post de hoje.

O que é hipersexualidade?

Nos referimos a vício em sexo, quando a propensão de vivenciar a sexualidade como uma manifestação natural, se transforma em uma atividade desenfreada, caracterizada por distúrbios que provocam um aumento irreprimível do desejo, a ser satisfeito a qualquer custo. 

Para entender a hipersexualidade poderíamos compará-la a qualquer outro vício conhecido, como vício em internet, compras compulsivas e dependência de substâncias. 

Nessa relação patológica, o sexo se torna mais importante que a família, os amigos e o trabalho e, como acontece com os efeitos das drogas, torna-se capaz de alterar o humor e afetar a vida cotidiana, e a própria qualidade de vida.

A compulsividade assumiu o controle e o indivíduo não possui mais a capacidade de escolher entre parar ou continuar com um determinado comportamento. 

As causas do vício sexual

As razões pelas quais apenas algumas pessoas, mas não todas, desenvolvem um vício em sexo ainda não estão claramente definidas. 

Tal como acontece com muitos outros distúrbios, é provável que a etiologia seja atribuída a uma influência recíproca de fatores biológicos, psicológicos e sociais. 

Acredita-se que o risco da hipersexualidade pode ser exacerbado pela presença de anormalidades bioquímicas ou outros tipos de alterações cerebrais: esse insight se baseia no fato de que alguns tipos de drogas, como os antidepressivos, têm se mostrado eficazes para tratar alguns sujeitos com vício sexual.

Portanto, algumas causas biológicas da hipersexualidade incluem:

  • Alterações na química cerebral – Alguns neurotransmissores, como serotonina, dopamina e norepinefrina, atuam como reguladores do humor: níveis elevados dos neurotransmissores mencionados podem estar relacionados ao comportamento sexual compulsivo.
  • Modificações das vias neurais – O vício sexual é um comportamento aprendido que, com o tempo, pode causar alterações nos circuitos neurais e, particularmente, nos centros de reforço e recompensa do cérebro. Assim como em outros tipos de dependência, essas alterações criam a necessidade de estimulação mais intensa para alcançar a mesma satisfação ou alívio inicial.
  • Predisposição genética – É possível que, em pessoas viciadas em sexo, haja uma predisposição à desregulação emocional, impulsividade ou busca de sentimentos fortes, aliada a outras características comumente associadas ao vício sexual, como ansiedade ou depressão.
  • Altos níveis de hormônios – Em excesso, a testosterona ou estrogênio podem afetar o desejo sexual. Uma predisposição para se envolver em comportamentos impulsivos, juntamente com altos níveis de hormônios sexuais, pode aumentar o risco de hipersexualidade.

Além das influências biológicas, existem fatores psicológicos para o desenvolvimento do vício sexual:

  • Influências ambientais – As características do ambiente que cerca a pessoa, principalmente nas fases iniciais de crescimento, incluindo, por exemplo, exposição precoce a conteúdos sexuais, podem contribuir para o desenvolvimento de alguns dos traços responsáveis pelo comportamento hipersexual.
  • Saúde mental – Ansiedade, depressão, transtornos de personalidade, dificuldades de controle, podem ser problemas coexistentes com o vício sexual. Em particular, as pessoas que foram diagnosticadas com Transtorno Bipolar são mais propensas a ter um comportamento sexual excessivo.

Por outro lado, no que diz respeito aos fatores sociais, foram encontrados com frequência os seguintes:

  • Rejeição – Sentir-se rejeitado(a) por seu grupo social, pode levar à busca de outras formas menos saudáveis de gratificação sexual.
  • Isolamento social – Não ter uma rede de apoio adequada pode não só aumentar a probabilidade de buscar gratificação sexual de forma inadequada, mas também de desenvolver outras dificuldades, como depressão ou problemas médicos, que podem contribuir para o vício sexual.
  • Aprendizagem social – Observar um comportamento nos outros é uma das formas de aprendê-lo (modelagem), principalmente quando o outro é objeto de apreciação ou identificação.

Hipersexualidade feminina e hipersexualidade masculina

Entre o vício sexual masculino e feminino encontramos diferenças basicamente em termos de linguagem dos sintomas e causas.

Denominamos satiríase quando nos referimos à hipersexualidade masculina, e ninfomania para definir o vício sexual feminino. 

No entanto, os mecanismos de dependência permanecem os mesmos, assim como os pensamentos e comportamentos compulsivos. 

Naturalmente, cada indivíduo apresentará peculiaridades relacionadas ao seu psiquismo e à sua forma de viver as relações. 

Portanto, mesmo que possamos falar de hipersexualidade masculina e feminina em termos semelhantes, é preciso ressaltar as diferenças necessárias a depender da pessoa. 

Como saber se você sofre de hipersexualidade?

Algumas tentativas de definir as características da dependência sexual foram baseadas na definição de dependência química. 

Já que o vício sexual pode compartilhar os mesmos sistemas de recompensa e circuitos cerebrais que os casos de dependência de drogas.

No entanto, pessoas com dependência sexual podem ser viciadas em diferentes tipos de comportamento sexual. 

Isso torna a condição mais difícil de definir. 

Existe a hipótese de que o transtorno não decorre de atos individuais, mas sim de uma obsessão com a ideia de realizá-los.

O vício sexual também parece implicar a necessidade de ter regras que deem a ilusão de estar no controle da situação, para depois quebrá-las e criar novas.

As atividades associadas ao vício sexual podem incluir:

  • Masturbação compulsiva
  • Relações sexuais frequentes, 
  • Pares sexuais de uma noite
  • Uso persistente de pornografia
  • Praticar sexo inseguro
  • Cibersexo
  • Uso de prostituição
  • Exibicionismo
  • Voyeurismo

Comportamentos e atitudes podem incluir:

  • Incapacidade de conter impulsos sexuais e respeitar os limites dos outros envolvidos no ato sexual
  • Desapego, em que a atividade sexual não satisfaz emocionalmente o indivíduo
  • Uma obsessão por atrair os outros, estar apaixonado e começar novos romances, muitas vezes levando a uma série de relacionamentos
  • Sentimento de culpa e vergonha
  • Consciência de que os impulsos são incontroláveis, apesar das consequências financeiras, médicas ou sociais
  • Um padrão recorrente de incapacidade de resistir aos impulsos de se envolver em atos extremos de sexo lascivo
  • Várias tentativas de parar, reduzir ou controlar o comportamento
  • Excesso de tempo e energia gastos fazendo sexo, sendo sensual ou se recuperando de uma experiência sexual
  • Desistência de atividades sociais, laborais ou recreativas por dependência sexual;
  • Transtorno de raiva sexual, no qual um indivíduo fica angustiado, ansioso, inquieto e possivelmente violento se não conseguir se envolver no vício

Estudos mostraram uma forte ligação entre o suposto vício sexual e em correr riscos. 

O vício pode fazer com que uma pessoa persista nesse comportamento, embora haja consequências para a saúde, como infecção sexualmente transmissível (IST), lesão física ou consequências emocionais.

Hipersexualidade: terapia e tratamento da dependência sexual

Para aqueles que sofrem de dependência sexual, foi demonstrada a eficácia dos programas de tratamento integrados que incluem:

  • Terapia em grupo
  • Psicoterapia individual
  • Terapia medicamentosa

Ao identificar as emoções e eventos que desencadeiam o desejo de se envolver em comportamentos sexuais compulsivos, é possível aprender a gerenciá-los de maneiras alternativas e mais saudáveis. 

Entre as técnicas mais utilizadas por psicólogos e médicos que tratam de vícios sexuais encontramos:

  • Exercícios de visualização
  • Exercícios de atenção plena para ansiedade
  • Automonitoramento das atividades diárias
  • Experimentos comportamentais
  • Técnicas de relaxamento

O objetivo não é a abstinência, mas o retorno à sexualidade saudável por meio da conscientização dos motivos que causaram o próprio vício. 

Livrar-se de vícios sexuais pode ser um processo longo, e deve ser acompanhado por profissionais adequados.

Considerações finais

Como vimos, há casos em que a atividade sexual se torna uma verdadeira obsessão. 

A hipersexualidade é um vício tortuoso, socialmente ainda pouco abordado, que impede de viver uma sexualidade de forma saudável e equilibrada, e que afeta negativamente a vida social, emocional, laboral e física de quem sofre.

O comportamento sexual não tratado pode deixar o indivíduo com fortes sentimentos de culpa e baixa autoestima. 

Inclusive alguns pacientes podem desenvolver ansiedade e até mesmo grave depressão.

Então, gostou do post de hoje sobre o que é hipersexualidade? Se você tiver alguma dúvida, sugestão ou quiser compartilhar sua experiência deixe nos comentários abaixo. Não se esqueça de compartilhar este texto em suas redes sociais. Até a próxima!

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Ana Lúcia

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