Afinal, quem inventou o vibrador?

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No vasto panorama da história da humanidade, poucos objetos provocaram tantos suspiros, risos nervosos e até mesmo controvérsias quanto o vibrador. 

Este dispositivo, muitas vezes associado à intimidade e ao prazer, tem uma origem que remonta ao século XIX. Sua evolução desde então, em termos de tecnologia e aceitação cultural, é uma narrativa fascinante, marcada por reviravoltas inesperadas, mitos urbanos e até mesmo debates sobre a sexualidade humana. 

Para entender plenamente a história do vibrador, é preciso mergulhar nas profundezas do passado e explorar os eventos que deram origem a esse objeto tão onipresente e, ao mesmo tempo, tão enigmático.

Contexto Histórico

Reza a lenda, que a concepção de um objeto penetrativo que também promovesse algum movimento tem seu crédito como invenção para Cleópatra (69-30 AC) que encheu uma abobrinha de abelhas para estimular sua genitais.

Mas o vibrador moderno como o conhecemos hoje tem suas origens mais conhecidas no século XIX que foi um período de intensas transformações sociais e culturais em muitas partes do mundo. 

A era vitoriana, que abrangeu a maior parte do século na Grã-Bretanha, foi caracterizada por uma forte ênfase na moralidade, na decência pública e na repressão dos impulsos considerados impróprios. 

Nesse ambiente de rigidez moral, o tema da sexualidade era frequentemente relegado ao silêncio e à invisibilidade. No entanto, por trás dessa fachada de respeitabilidade, havia uma crescente curiosidade e interesse em explorar os domínios do prazer pessoal.

 

A invenção do vibrador terapêutico

Ao contrário do que alguns mitos modernos sugerem, o vibrador não foi originalmente concebido como um dispositivo exclusivamente destinado ao prazer sexual. Na verdade, suas origens estão profundamente enraizadas no contexto médico e terapêutico do século XIX. 

Durante essa época, a medicina ocidental estava passando por uma fase de intensa experimentação e inovação, e os médicos estavam constantemente em busca de novas formas de tratar uma variedade de condições físicas e mentais.

Um dos problemas de saúde que intrigavam os médicos da época era a chamada “histeria feminina”, um termo usado para descrever uma ampla gama de sintomas físicos e emocionais que não tinham uma causa clara. 

Mulheres que sofriam de histeria podiam apresentar sintomas como ansiedade, irritabilidade, insônia e até mesmo convulsões. Acreditava-se que esses sintomas estavam relacionados a um suposto desequilíbrio dos fluidos corporais e que o tratamento adequado poderia restaurar a saúde mental e emocional da paciente.

 

Tratamento da Histeria: O Papel do Vibrador

Um dos métodos de tratamento mais comuns para a histeria feminina era a massagem pélvica, que envolvia a estimulação manual dos órgãos genitais da paciente até que ela atingisse o que era conhecido como “paroxismo histérico” – basicamente, um orgasmo. 

No entanto, esse tratamento era trabalhoso e cansativo para os médicos, muitos dos quais viam a prática com desconforto e embaraço.

Foi nesse contexto que surgiu o vibrador. Segundo informações do curso “Como Usar Um Vibrador” da escritora e sexpert Paula Aguiar, um dos primeiros vibradores era um dispositivo movido a vapor chamado de “manipulador”, que foi criado pelo americano Dr. George Taylor. A máquina era um dispositivo bastante estranho, anunciado como um alívio para os médicos que se encontravam sofrendo de fadiga nos pulsos e mãos.

 

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O The Manipulator foi o primeiro vibrador patenteado da história em 1869, pelo médico norte americano George Taylor. Ele era movido a vapor. Fonte: Como Usar um Vibrador de Paula Aguiar

 

Em 1880, o Dr. Joseph Mortimer Granville patenteou o primeiro vibrador eletromecânico. O filme de ficção Histeria apresenta a história do vibrador baseada no Dr. Granville. Entre 1835 e 1920, Gustav Zander também projetou um dispositivo que foi muitas vezes utilizado para atingir o orgasmo, apesar de ter sido originalmente concebido como um auxiliar contra distúrbios alimentares. Tal dispositivo encontra-se em exibição no Museu Boerhaave na Holanda. 

Esses primeiros modelos de vibrador eram frequentemente grandes e volumosos, alimentados por motores a vapor ou manivelas manuais, e eram utilizados exclusivamente por médicos em consultórios e hospitais.

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Modelo Dr. Johansen’s, movido a manivela. Fonte: Como Usar uma Vibrador de Paula Aguiar

 

A Popularização do Vibrador

À medida que o século XIX avançava e a sociedade ocidental passava por mudanças significativas, o vibrador começou a se tornar mais acessível e difundido. O surgimento da eletricidade como fonte de energia foi um avanço crucial nesse processo, permitindo que os vibradores se tornassem mais compactos, eficientes e fáceis de usar. 

Em 1902, a empresa americana Hamilton Beach patenteou o primeiro vibrador elétrico disponível para venda no varejo, tornando o vibrador o quinto aparelho doméstico criado nos Estados Unidos, após a máquina de costura, ventilador, chaleira elétrica e a torradeira, cerca de uma década antes do aspirador de pó e do ferro elétrico. 

 

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Modelo Giro-Lator, movido a eletricidade. Fonte: Como Usar um Vibrador de Paula Aguiar

 

As versões domésticas logo se tornaram extremamente populares, com anúncios em revistas e catálogos de produtos de grandes varejistas como a Sears. Os vibradores desapareceram dos anúncios na década de 20, supostamente por causa dos filmes pornográficos que começaram a mostrar vibradores em cenas sexuais, perdendo assim sua credibilidade como instrumento clínico.

Além disso, mudanças nas atitudes sociais em relação à sexualidade e à saúde mental também contribuíram para a crescente aceitação do vibrador como um objeto legítimo de consumo.

 

Altos e Baixos do Vibrador

Durante a primeira metade do século XX, o vibrador começou a aparecer cada vez mais na cultura popular, tanto em filmes quanto em peças teatrais e romances. No entanto, foi na década de 1920 que o vibrador alcançou seu auge de visibilidade, graças ao surgimento da revolução sexual e da emancipação feminina. 

No entanto, o apogeu do vibrador como objeto de consumo cultural foi efêmero. Com a chegada da Grande Depressão e o advento da Segunda Guerra Mundial, o vibrador caiu em desuso e foi relegado ao status de objeto obscuro e tabu. Durante várias décadas, o vibrador permaneceu nas sombras, associado a uma mistura de vergonha, curiosidade e segredo.

Foi somente na década de 1960, com o surgimento do movimento feminista e a revolução sexual da contracultura, que o vibrador começou a ressurgir como um símbolo de liberação sexual e autonomia feminina. 

Em 30 de junho de 1966, Jon H.Tavel fez um pedido de patente para o “Vibrador elétrico sem fio para uso no corpo humano”, inaugurando o vibrador pessoal moderno, alimentado por pilhas. 

 

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Modelo Ash Flash, movido a bateria. Fonte: Como Usar Um Vibrador de Paula Aguiar

 

Este vibrador foi finalmente patenteado em 28 de março de 1968, e logo ganhou melhorias, como a multivelocidade e o corpo compactado em peça única, o que tornou mais barato de fabricar e fácil de limpar.

Desde então, o vibrador experimentou uma verdadeira renascença, com uma variedade de modelos e designs disponíveis no mercado, desde os discretos e elegantes até os ultramodernos e tecnologicamente avançados.

 

Agora, o vibrador veio pra ficar e evoluir!

Os vibradores e outros produtos eróticos tornaram-se cada vez mais populares, especialmente depois de agosto de 1998 quando durante episódio da série Sex and the City da HBO, a personagem Charlotte se torna viciada em um vibrador chamado Rabbit

 

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O famoso Rabbit é um vibrador de dupla estimulação rotativo com 36 Funções, esferas que giram em conjunto com seu penetrador e estimulador clitoriano vibratório.

 

E aparecendo no mais importante programa da Tv americana, o The Oprah Winfrey Show em Março de 2009, quando a Dra. Laura Berman recomenda que as mães ensinem suas filhas de 15 ou 16 anos de idade, o conceito do prazer pela masturbação fazendo uso de um vibrador clitorial. 

Ainda recentemente os vibradores começaram a aproveitar plenamente o poder da tecnologia. De vibradores com aplicativo para os que foram propositadamente concebidos para o uso submersos na água, a indústria está desafiando tanto o design com que os dispositivos são projetados como nossa maneira de pensar sobre eles.

 

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Um bom exemplo dessas tendências que vimos até agora é o Vibrador Bullet Phoenix Neo Controlado Por App com Homologação e certificação americana para comunicação mundial entre aplicativos e site porno. Conecta a vídeos adultos interativos.

 

Hoje, o vibrador é amplamente reconhecido como um dispositivo seguro, eficaz e até mesmo benéfico para a saúde sexual e o bem-estar geral. Longe de ser um objeto de vergonha ou tabu, o vibrador é celebrado por muitos como uma ferramenta poderosa de prazer e auto-exploração. 

À medida que avançamos no século XXI, o vibrador continua a evoluir, impulsionado pela inovação tecnológica e pela crescente conscientização sobre a importância da saúde e do bem-estar sexual. Novos materiais, designs ergonômicos e recursos avançados, como conectividade Bluetooth e vibrador com controle remoto para longas distâncias, estão transformando a experiência do usuário e ampliando as possibilidades de prazer.

 

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Vibrador com aplicativo oferece 10 poderosos estágios de vibração acionados a distância para interação entre os casais permite uma experiência de alta conexão sexual e conhecimento entre os pares

 

Além disso, o vibrador está cada vez mais sendo reconhecido como uma ferramenta terapêutica legítima para uma variedade de condições médicas, incluindo disfunção sexual, dor pélvica crônica e até mesmo ansiedade e depressão.

Terapeutas sexuais e profissionais de saúde estão cada vez mais recomendando o uso de vibradores como parte integrante do tratamento e da reabilitação sexual. 

Por tudo isso, o vibrador tem sido uma força poderosa na transformação das atitudes sociais em relação à sexualidade e ao prazer humano. Então, escolha logo o seu e tenha uma vida saudável, plena e repleta de muito prazer!

Créditos para Foto de Topo (destaque): wayhomestudio – Freepik

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