Tópico: História da Punheta
Aaahhhh… coisa boa se masturbar, não é? O orgasmo masculino é realmente um presente divino. Digo masculino porque estamos falando de punheta, bronha, descascar a banana, arejar a mandioca, dar milho aos pombos, tirar leite da cobra, descabelar o palhaço, agitar o Todinho, em suma, tocar uma.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!E o orgasmo é o gran finale deste maravilhoso exercício, repleto de benefícios para saúde do homem.
O que tem de melhor no orgasmo é que não há discriminação. Não depende de credo, cor, orientação política ou time de futebol. Você pode ter piroca gigante ou pequenina, magra ou gordinha. Sabendo usar e estando tudo em ordem, vai ter orgasmo. E vai ser bom.
Ao ter orgasmo, há um aumento da dopamina no cérebro, neurotransmissor associado ao prazer, fazendo sentirmos vontade de nos masturbarmos mais, mais e mais.
E, como não há limite, #dopaminanaveia.
Mas nem sempre foi assim, e a historia da punheta, ou melhor, da masturbação masculina foi bem conturbada, e se inicia há milhares de anos, passando por diferentes eras e momentos com entendimentos heterogêneos, dependendo da época, povo e cultura.
Ainda hoje padece com a convicção, nem sempre razoável, de diferentes religiões e onde também se encontra muita controvérsia social, apesar de estarmos em pleno século 21.
Por outro lado, o ativismo com seu poder transformador e estudos ligados, principalmente, a investigações e teses na área da terapia sexual, tendem a trazer um pouco mais de razão a um tema ainda capaz de mexer tanto com a sociedade, como sexualidade.
Mas o que é masturbação masculina?
Masturbação é o ato da estimulação do órgão genital, podendo ser manualmente ou por meio de brinquedos eróticos e que tem por objetivo alcançar prazer sexual, seguido ou não de orgasmo. No linguajar popular, punheta. Na literatura é também conhecida por onanismo.
A origem do termo onanismo se deve a leitura errônea da passagem do antigo testamento sobre o pecado de Onã, onde se narra que este teria desperdiçado sémen, considerado sagrado, ao invés de engravidar Tamar, a viúva de seu irmão. Daí deriva o termo onanismo, do pecado de Onã.
Na verdade, o que Onã parecia fazer era coito interrompido, não masturbação. Ocorre que segundo as leis judaicas-cristã da época, se um homem casado veio a falecer sem filhos, seu irmão deveria engravidar a viúva, afim de preservar a linhagem da família.
Mas parece que Onã não tava “diboa” com essa ideia e preferia jogar o leite fora da bacia impedindo Tamar de engravidar. Diante disso, a coisa ficou feia para o lado de Onã que se viu obrigado a encarar a ira de Deus, que matou o pobre coitado.
O motivo foi que, ao jorrar o sémen fora de Tamar, Onã estaria impedindo a linhagem de Davi e Salomão e, mais adiante, Jesus.
E, nesse caso, Deus estava certo, né? Vamos combinar. O cara só quase impediu Jesus Cristo de vir a terra. Só isso!
A passagem acima só foi lida e interpretada em meados de 1700, quando um, provavelmente eunuco, pegou para lê-la e entendeu a passagem de forma errada.
Pronto… temos aí o termo onanismo e a instauração de todo mal que se seguiu contra a masturbação.
Bastou apenas um pra empatar a punheta da galera por longos anos.
E aqui, vamos retroceder um pouco na história da punheta, pois a masturbação não foi percebida somente na era judaica-cristã.
Há registros de masturbação desde a época dos Homo Sapiens ou, como estes eram conhecidos, Homo Sapunhetiens. Estes registros datam de 10.000 anos antes de Cristo, e eram inscrições feitas por homens primitivos mostrando figuras de masturbação solitária, coletiva ou avisos de “cuidado com o esguicho” e “no olho arde”.
Nesta época primitiva, era difícil não parecer um punheteiro, afinal, todos tinham mãos peludas. Mas, mesmo assim, tinham aqueles que não ligavam para a fama e, como bons primatas, se orgulhavam de saber exatamente como descascar a banana.
Ainda por volta desta mesma época, na Europa, arqueólogos encontraram na ilha de Malta um monumento megalítico conhecido como templo de Hagar Qim. Neste templo foram encontradas estátuas de argila de um homem se masturbando. Depois descobriu-se que o nome do sujeito se masturbando era Qim. Ou seja, Qim foi pego na hora “Hagar”.
Após isso, veremos mais registros datados de 3.500 anos antes de Cristo, através dos Sumérios, que acreditavam que a masturbação aumentava a potência sexual. Foram também eles que criaram o primeiro cosmético para área sensual, o chamado puru-oil, misturado com minério de ferro para aumentar o atrito e causar sensação diferenciada. E você aí, achando que fomos nós, em nosso tempo, que criamos o gel que vibra.
Outro exemplo de como a masturbação tinha grande importância para os sumérios, nos conta que o Deus Enki foi quem originou os rios Tigre e Eufrates ao se masturbar e expelir água doce, fazendo aqueles que bebiam de suas águas pessoas mais gozadas.
Mais tarde, na história dos antigos egípcios, pôde se perceber que estes veneravam a masturbação, pois acreditavam que toda a existência foi criada pelo Deus Tuna, através de uma ejaculação. E foi justamente através dos egípcios que foi cunhada a maior definição de gozada do universo.
Além disso, uma das mais famosas cerimonias anuais era, justamente, trazer fertilidade ao Rio Nilo através de uma masturbação em massa em suas águas. O que nos ajuda e entender o porquê de hoje as águas estarem tão impróprias para banho.
A antiga Índia, norteada por muitos preceitos que tinham relação direta com o Tantra, orientava seus seguidores a evitar a masturbação, afim de proporcionar uma melhor experiência sexual para as mulheres. E, na ausência da punheta, os Indianos focaram na criação do Kama Sutra. Obrigado povo da antiga Índia. Sem dúvida vocês souberam o que fazer com o tempo vago.
Já os antigos gregos acreditavam que a masturbação era um excelente remédio para quando as suas mulheres não estavam disponíveis para o coito, além de aliviar as tensões. E, pelo que se sabe, continua sendo até os dias atuais.
Já o grande filósofo grego e vendedor de miçangas da época, Diógenes Laertius, freqüentemente era flagrado se masturbando em público. A população, de forma geral, ignorava, pois já sabia como era esse pessoal de humanas.
Os antigos romanos também aceitavam a masturbação, porém acreditavam ser ato menor, uma vez que, segundo a historia romana, a sexualidade não era um problema, sendo necessário apenas administrar seus próprios desejos. Calígula que o diga…
O poeta romano Marco Valério Marcial, grande influente da época, diz num poema que se masturbou ao pensar em um garoto escravizado, mostrando assim, que todos nós em determinados momentos, nos entregamos ao prazer solitário. Em alguns escritos de seu poema, lê-se o termo “manus sinistro” que em português significa mão esquerda. Mas, tenho para mim que ele se referia ao tamanho da “peia” do garoto.
Como pôde ser visto, a masturbação transcendeu eras, passando por povos primitivos, sumérios, egípcios, indianos, Grécia e Roma antigas, com geral sempre descabelando o palhaço.
Durante a idade média, principalmente os 300 anos iniciais do cristianismo, toda essa liberdade de expressão sexual ainda não reprimida, causou uma certa dor de cabeça ao clero cristão, uma vez que, segundo a bíblia, os atos sexuais deveriam ter como objetivo único a procriação e não os desejos carnais.
Através desse pretexto, todos os atos ligados a sexualidade de homens e mulheres precisavam ser combatidos pelo bem moral de todos, incluindo-se aí, a masturbação. O que é estranho, tendo em vista que não há nenhuma afirmação explicita na bíblia (novo testamento) que masturbação é pecaminosa.
No TOP 10 dos pecados mais tensos ligados a sexualidade e dignos de carona para o inferno, a masturbação, como citado, nem aparece na lista, ficando a zoofilia, homosexualidade, incesto, fornicação, entre outros, no foco da repressão, aliviando um pouco a barra dos punheteiros.
E assim prosseguiu por todo o primeiro e parte do segundo milénio, depois de Cristo, tendo como maior babado da época, alguns monges que estavam com dificuldade de “largar” a luxúria carnal. Nós te entendemos, amigos monges, #dopaminanaveia.
Mas quem começou a levantar bandeira sobre a masturbação foi São Tomás de Aquino, que considerava a masturbação pior do que o incesto por acreditar que o homem que se masturbava ia contra a vontade divina de gerar filhos, enquanto que o incesto seria apenas um desvio dessa ordem. Pois é, eu também fiquei de queixo caído, caro leitor.
São Tomás de Aquino elaborou uma lista sobre os pecados mais graves e a coisa piora, pois ele coloca a masturbação como mais grave do que o estupro. Para ele, tudo que fosse necessário para gerar um filho estava no homem cabendo para a mulher o papel de receptora do sêmen. E, em última análise, um estupro é também um meio de gerar vida e a masturbação um meio de “eliminar” a vida. E aqui não cabe nenhum comentário.
Retornamos então, ao surgimento do termo onanismo, em meados de 1700, e ao possível eunuco que despertou o interesse de toda sociedade para a existência dos punheteiros, os trazendo para o foco.
Punheteiros em Foco!
Isso ocorreu em Londres, através de panfleto que afirmava ser a masturbação, pecado hediondo e que aqueles que o praticassem poderiam sofrer com diversos distúrbios, como náuseas, problemas respiratórios, paralisia, enfraquecimento de órgãos, declínio das faculdades mentais, surgimento de espinhas, entre diversos outros sintomas.
A lista é tão extensa que qualquer pessoa poderia ser apontada como praticante da masturbação. Acredito, inclusive, que foi esta a intenção deste ignóbil senhor, criador do panfleto.
Através dela, podemos ver um pouco da razão do surgimento de mitos que até hoje sobrevivem, como a afirmação que masturbação faz crescer pelos nas mãos ou que gera espinhas no rosto, entre outros.
E o que mais impressiona é que o panfleto foi um sucesso tão grande que teve mais de 60 edições, sendo traduzido em diversas línguas.
Este panfleto, atribuído ao holandês e teólogo Dr. Balthazar Bekker, foi um motor quase universal para gerar culpa, vergonha e ansiedade em todos aqueles que, de forma natural, praticassem a masturbação para seu autoconhecimento ou apenas em busca de prazer solitário.
Para piorar ainda mais toda a situação, também durante meados de 1700, a notícia sobre uma grande descoberta correu o mundo e atrasou ainda mais o lado dos punheteiros. Os espermatozóides foram descobertos. A masturbação masculina passou então a ser qualificada não só como um pecado, mas como doença ou mal moral, uma vez que os punheteiros poderiam estar enviando seus “mini-babes”, ralo à baixo.
L’Onanism… mas um panfleto contra punheteiros!
O que nos trouxe a outro escritor do mesmo “calibre” que o Dr. Balthazar Bekker. Este chamava-se Samuel-Auguste Tissot e seu livro foi publicado em 1760 com o título de L’Onanism (O Onanismo em português). Além de conter as mesmas ideias do panfleto de seu predecessor, ainda trazia novas consequências para quem ousasse tocar uma punhetinha, como, por exemplo, sangue na urina, perda da força física, dor de cabeça, distúrbios alimentares, reumatismo e visão embaçada.
A obra de Tissot, fez tanto sucesso, que teve 97 edições sendo 35 em francês. Diante de tamanho sucesso, os governos dos países ocidentais trataram de criar rigorosas leis contra o ato de se masturbar.
O estado norte-americano de Connecticut, por exemplo, punia as pessoas que se masturbavam com a morte. A pergunta que fica é: como eles fiscalizavam?
Ainda nos Estados Unidos havia um grande opositor a masturbação chamado Dr. John Harvey Kellogg. Sim, caro leito, o criador do sucrilhos Kelloggs.
A criação do sucrilho de milho se deve ao fato de Kellogg acreditar que uma alimentação leve e, de preferência vegetariana, poderia diminuir o desejo sexual dos jovens e, consequentemente, a masturbação.
Kellogg era tão radicalmente contra a masturbação que defendia coisas como a circuncisão sem anestesia em garotos e a aplicação de ácido carbólico puro no clitóris das meninas. E aí? Depois dessa, ainda consegue olhar para o Tony, o mascote da marca, da mesma forma que antes?
Já na Inglaterra as calças dos garotos eram costuradas de forma que os impedissem de tocar no próprio pênis. Urinar pra que, né, gente?
Essa orientação prosseguiu até o final do século 19, com o apoio inclusive, de filósofos e médicos (como se eles não gostassem de tocar uma).
Foi nesta mesma época que o termo punheta, ainda desconhecido, foi criado pelo médico urologista e terapeuta sexual, Armando Leite Aquino Pinto, em 1898, alguns segundo depois de ler uma matéria em jornal da mesma época, sobre o termo masturbação e seu significado, cunhado então, pelo médico inglês e fundador da psicologia sexual, Dr. Henry Havelock Ellis.
Ao ler a matéria, Dr. Aquino Pinto afirmou:
– Isso é punheta.
Segundo ele, o termo P.U.N.H.E.T.A., significa: Procedimento Unilateral de Normalização Hormonal por Exercitação Temporária Auto-induzida.
Dr. Ellis foi um grande médico, psicólogo, escritor britânico e responsável pelos primeiros estudos sobre sexualidade humana, incluindo-se aí, um dos primeiros estudos sobre homosexualidade, sem cair na tendência da época de tratar o assunto como doença ou imoralidade.
Diferente de Dr. Aquino Pinto, que era apenas um médico punheteiro mesmo, e onde o auge de toda a sua carreira foi conseguir bolar o acrônimo para punheta.
Desconstruindo Tabus!
Somente no início do século 20 que as coisas começaram a mudar, com médicos como o Dr. Havelock Ellis e Dr. Sigmund Freud, e linhas de pensamento que levavam para uma diferente visão da masturbação. As ideias de Sigmund Freud contribuíram demais para desconstruir tabus sobre práticas sexuais como a masturbação.
Na década de 1950 o médico estadunidense Alfred Kinsey constatou através de pesquisa por todo o país que a masturbação era um hábito comum entre os norte-americanos.
E em 1966, o livro A Resposta Sexual Humana de William Masters e Virginia Johnson foi publicado com um viés todo voltado para a defesa da masturbação e de sua pratica nas relações sexuais como forma de aumentar o prazer feminino.
Daí em diante o prazer solitário começou a ser visto como algo natural e, ao final deste mesmo século e início do século 21, vitoria dos punheteiros. A masturbação é, enfim, considerada sadia por profissionais da área de saúde e hoje é defendida por especialistas como parte do desenvolvimento sexual de qualquer pessoa normal.
Embora ainda socialmente reprimida por nichos específicos da sociedade, a masturbação é ato totalmente seguro e natural, no sentido de que não vai contra as leis biológicas que regem os corpos dos seres vivos, e não causa malefícios a saúde.
Ao contrário, além do prazer, proporciona auto-conhecimento do corpo, sensações e partes sensíveis.
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