O meu desejo aqui é abordar aquela violência menos vista.
Se é que posso intitular dessa forma (mas espero estar sendo clara).
Ela é menos vista por vir de uma forma mais indireta, mas com grande impacto.
Vou contar uma história para exemplificar melhor.
Lana é Gestora de Recursos Humanos de uma grande empresa do Setor Construção Civil.
Respeitada em sua área de atuação, Lana é responsável por uma grande equipe. É uma profissional multipotencial. Ministra palestras para treinamento, busca constantemente capacitação profissional e pessoal, tem 2 filhos, Mateus de 10 anos e Sofia de 6 e é casada com Mauro há 15 anos.
Muitos que olham para a vida da Lana, tecem muitos elogios em relação a sua vida profissional e ao seu casamento pois, nitidamente, enxergam a luta e seu esforço diário para dar conta de todos os seus papeis sociais.
Ela se sente honrada por isso… mas também exausta, culpada por determinados comportamentos, está sempre impaciente, contando nos dedos os dias para o tão sonhado momento da aposentadoria (que está bem distante…) para enfim, ser verdadeiramente feliz, poder descansar.
Enquanto isso, vai levando seus dias culpando principalmente sua dedicação ao trabalho, lidando com os ciúmes do Mauro, com os julgamentos e cobranças que ele faz, por ela ser tão ausente com a família, por trabalhar tanto, por deixar ele e as crianças de lado…
Quase que diariamente Lana chora no chuveiro se sentido culpada por não valorizar a vida que tem… pelo menos uma vez na semana ela pensa em pedir demissão, após as grandes discussões que tem com Mauro.
Lana prioriza o trabalho, deixa a família de lado…
Isso é o que Mauro diz para ela, fazendo com que se sinta culpada e com vários outros sentimentos devastadores, inclusive com vontade algumas vezes de tirar a própria vida para acabar com as angústias.